Quarta-feira, 6 de Outubro de 2010

Música - A estrêla do Jazz

 

 

Infância

Armstrong nasceu numa família muito pobre. Passou a sua juventude na pobreza num bairro de Nova Orleans, conhecido como "as costas da cidade". O seu pai, William Armstrong, abandonou a família quando Louis ainda era criança e casou-se com outra mulher. A sua mãe, Mary Albert Armstrong, deixou Louis com a sua tia, o seu tio e a sua avó. Aos cinco anos ele voltou a viver com a sua mãe e via o pai muito raramente. Ele esteve na Fisk School for Boys onde pela primeira vez entrou em contacto com a música. Levou algum dinheiro para casa como entrega-jornais e sapateiro ambulante. Contudo, isso não era suficiente para manter a sua mãe longe da prostituição. Passou a entrar à socapa em bares de música perto de sua casa para ouvir e ver os cantores.

Conheceu dias muito difíceis, e olhava para a sua juventude como o pior momento da sua vida e, por vezes, até retirava inspiração dela: "Every time I close my eyes blowing that trumpet of mine, I look right in the heart of good old New Orleans...It has given me something to live for." ("Todas as vezes que eu fecho os meus olhos tocando aquele meu trompete, eu olho logo no coração da boa velha Nova Orleans... dá me algo para eu viver.")

Conseguiu comprar uma trompeta, com dinheiro emprestado de uma família imigrante russo-judia, os Karnofskys que, até ao final da sua vida, considerou como membros da família visto que cuidaram dele vários dias e noites, enquanto a sua mãe trabalhava. Por essa razão, Louis usou uma Estrela de David pelo o resto de sua vida.

Após sair da Fisk School aos 11 anos, Armstrong formou um quarteto que tocava na rua para ganhar algum dinheiro e também por esta altura ele começou a meter-se em sarilhos.

O tocador de corneta Bunk Johnson ensinou-o a tocar de ouvido no Dago Tony's Tonk em Nova Orleães, apesar de Louis ter dado crédito a um músico, de seu nome, Oliver, nos anos seguintes. Armstrong desenvolveu fortemente a sua maneira de tocar trompeta na banda de New Orleans Home for Colored Waifs, onde ele fora várias vezes enviado por delinquência juvenil (mais notavelmente por disparar a arma do seu padrasto para o ar numa celebração de Véspera de Ano Novo, assim confirmam os registos policiais). O professor Peter Davis instalou disciplina e providenciou educação musical ao rapaz. Eventualmente, Davis fez Armstrong o líder da banda.

A Home tocou por toda Nova Orleães e o rapaz de 13 anos passou a tomar atenção ao modo como tocava trompeta, começando uma nova carreira musical. Aos 14 anos ele saiu da Home e viveu com o seu pai e nova madrasta e depois com a sua mãe e as ruas. Armstrong ganhou o seu primeiro emprego nocturno no Henry Ponce's, onde Black Benny se tornou o seu protector e tutor. Queimava carvão na fábrica de dia e tocava trompete à noite.

Ele tocou frequentemente nas Brass Band Parades e ouviu os músicos mais velhos sempre que podia, aprendendo com Bunk Johnson, Buddy Petit, Kid Ori e, acima de tudo, com Joe "King" Oliver, que actuou como mentor e figura paternal para o jovem músico. Mais tarde, ele tocou nos riverboats de Nova Orleães, trabalhando com Fate Marable subindo e descendo o Mississipi. Ele descreveu o tempo passado com Marable como indo para a universidade, o que lhe proporcionou uma experiência única.

 

Carreira

 

Em 19 Março de 1918, Satchmo (a alcunha de Armstrong) desposou Daisy Parker de Gretna, Louisiana. Eles adoptaram uma criança de 3 anos, Clarence Armstrong, cuja mãe, a prima de Louis, Flora, morrera no parto. Clarence Armstrong foi doente mental (resultado de uma pancada em tenra idade) e Louis passaria o resto da sua vida a tomar conta dele. Louis divorciou-se de Daisy e pouco depois, esta faleceu.

Durante as suas experiências de "Riverboat", a música de Armstrong começou a amadurecer. Aos vinte anos, já conseguia ler partituras e começou a tocar grandes e prolongados solos de trompeta, sendo um dos primeiros Jazzmen a fazê-lo e introduzindo a sua personalidade e estilo nos seus solo turns. Ele acabara de aprender como criar um som único, e começara a cantar nas suas performances. Em 1922, Armstrong foi para Chicago, por convite de Joe "King" Oliver, para se juntar à sua "Creole Jazz Band" onde ganhava o suficiente sem ter de actuar nos velhos clubes nocturnos. Chicago, a cidade do vento, estava povoada de muitos negros, que após trabalharem nas fábricas, tinham algum dinheiro para gastar numa ida ao bar.

Armstrong viveu em Chicago no seu próprio apartamento, com a sua própria casa de banho privada (a sua primeira). Entusiasmado de se encontrar nesta cidade, começou a escrever cartas nostálgicas aos seus amigos em Nova Orleães. À medida que a carreira de Armstrong crescia, ele era desafiado a "cutting contests" (competições nas quais um músico tenta roubar o emprego do outro tocando melhor do que ele) por hornmen tentando acabar com o novo fenómeno. No entanto, falharam. Armstrong fez as suas primeiras gravações nas Gennett e Okeh labels (os recordes de jazz estavam a começar a rebentar por todo o país), incluindo alguns solos e breaks, enquanto segundo trompete na banda de Oliver em 1923. Por esta altura, ele conheceu Hoagy Carmichael (com quem ele colaboraria depois) que foi introduzida por Bix Beiderbecke, seu amigo, que agora possuía a sua "Chicago band".

A sua segunda mulher, a pianista Lil Hardin Armstrong, fez com que Armstrong desenvolvesse o seu novo estilo afastado de Oliver. Ela convenceu o seu marido a tocar música clássica nas igrejas, para aperfeiçoar o seu estilo e a experimentar a tocar sem banda, além dos solos, e com coral religioso. A influência de Lil determinou eventualmente a relação entre Armstrong e o seu mentor, especialmente as questões do salário e dos dinheiros adicionais que Oliver afastava dele e dos outros membros da banda. A banda desfez-se em 1924 e Armstrong foi convidado a ir à cidade de Nova Iorque para tocar com a Fletcher Henderson Orchestra, a banda Américo-Africana de mais sucesso naquele período. Louis aprendeu como tocar em orquestra pela primeira vez.

Armstrong rapidamente adaptou-se ao mais controlado estilo de Henderson e os outros músicos rapidamente tomaram Armstrong como um músico emocional e natural.

Durante esta altura, Armstrong efectuou várias gravações, arranjadas por um seu velho amigo de Nova Orleães, o pianista Clarence Williams, estas incluíam concertos de banda Williams Blue Five (na qual Armstrong entrava), alguns solos de jazz e uma série de acompanhamentos com tocadores de Blues, incluindo Bessie Smith, Ma Rainey e Alberta Hunter.

Armstrong regressou a Chicago em 1925 devido à sua mulher, que queria incentivá-lo a prosseguir com a sua carreira. Ele gostou muito de Nova Iorque e admitiu que a Henderson Orchestra era bastante limitada. Ele começou a fazer gravações com o seu próprio nome com os famosos Hot Five e Hot Seven, produzindo grandes êxitos como Potato Head Blues, Muggles (uma referência à marijuana) e West End Blues.

O grupo incluia Kid Ory (trombone), Johnny Dodds (clarinete), Johnny St. Cyr (banjo), a mulher de Armstrong e, normalmente, nenhum tamborista. Sobre Armstrong, St. Cry disse: "One felt so relaxed working with him...he always did his best to feature each indidual" ("Todos relaxavam ao trabalhar com ele...ele fazia sempre o seu melhor para realçar cada um dos membros da banda.") As suas gravações com o pianista Earl "Fatha" Hines e a introdução de Armstrong em West End Blues permanecem as mais famosas influências na história do Jazz. Armstrong era agora livre para desenvolver o seu estilo pessoal como ele quisesse.

Armstrong também tocou com "Erskine Tate's Little Symphony", no teatro de Vendome. Eles forneceram música para filmes mudos e shows ao vivo, incluido versões de música clássica "jazzeadas" entre as quais Madame Butterfly, o que proporcionou a Armstrong experiência com novos tipos de música e actuações perante uma grande audiência. Tornaram-se a banda de Jazz mais famosa na América.

Após separar-se de Lil, Armstrong começou a tocar no café Sunset para Joe Glaser, um associado de Al Capone. Na Carrol Dickerson Orchestra, com Earl Hines no piano, que rapidamente foi transformada na Louis Armstrong's Stompers, Armstong fez amizade vitalícia com Hines e dirigiu, pela primeira vez, um grupo musical.

Armstrong regressou a Nova Iorque em 1929, onde ele tocou na orquestra do musical Hot Chocolate e fez uma partipação especial na banda de Charles John Degoniah. Ele começou a trabalhar no Connie's Inn em Harlem, o segundo clube nocturno mais famoso da Grande Maçã. Armstrong teve também um sucesso considerável com as gravações vocais, incluindo versões das famosas músicas compostas pelo seu velho amigo Hoagy Carmichael. As suas gravações de 1930 ganharam vantagem total devido ao "ribbon microphone" (microfone de peito) sobre todas as outras gravações de bandas da época, com menos qualidade. A mais famosa foi: "Stardust", que até hoje permanece uma das gravações com mais lucro de Armstrong.

A Depressão dos anos 30 atacou de forma violenta o jazzBix Beiderbecke faleceu e a banda de Fletcher Henderson dispersou-se. Muitos músicos deixaram de tocar nos clubes nocturnos e alguns deixaram mesmo de ser músicos. King Oliver fez algumas gravações mas não tiveram êxito nenhum. Sidney Bechet tornou-se alfaiate e Kid Ory regressou a Nova Orleães para criar galinhas. Armstrong deslocou-se para Los Angeles em 1930 à procura de novas oportunidades. Ele tocou no New Cotton Club em L.A. com Lionel Hampton nos tambores. Em 1931 Armstrong apareceu no seu primeiro filme: Ex-Flame. Ele regressou a Chicago em Dezembro de 1931 e tocou nas bandas de Guy Lombardo e Raphael Minsby onde foi relembrado pelo público. Viajou por quase todos os estados e em Março de 1934 regressou a Nova Orleães, onde foi recebido como um herói. Ele patrocinou uma equipa de basquetbol local, "Armstrong's Secret Nine", e deram-lhe o seu nome a um tipo de cigarro. Mas pouco tempo depois, ele regressou à estrada e foi novamente esquecido, o que fez com que ele fugisse para a Europa.

Após regressar aos E.U.A., ele tomou várias longas e exaustivas digressões. O seu agente, Johnny Collins, fez com que Armstrong ficasse com pouco dinheiro. Ele despediu-o e contractou Joe Glaser, que resolveu as suas dividas e os seus processos.

Armstrong trabalhou até os seus últimos dias, e morreu dormindo em sua casa, em Nova Iorque, em 6 de julho de 1971.


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Domingo, 3 de Outubro de 2010

Música - Edith Piaf

 

  

Edith Piaf, nome artístico de Edith Giovanna Gassion, (Paris19 de dezembro de 1915 — Grasse10 de outubro de 1963) foi uma cantora francesa de música de salão e variedades, mas foi reconhecida internacionalmente pelo seu talento no estilo francês da chanson.

O seu canto expressava claramente sua trágica história de vida. Entre seus maiores sucessos estão "La vie en rose" (1946), "Hymne à l'amour" (1949), "Milord" (1959), "Non, je ne regrette rien" (1960). Participou de peças teatrais e filmes. Em junho de 2007 foi lançado um filme biográfico sobre ela, chegando ao cinemas brasileiros em agosto do mesmo ano com o título "Piaf - Um Hino Ao Amor" (originalmente "La Môme", em inglês "La Vie En Rose"), direção de Olivier Dahan.

Édith Piaf está sepultada na mais célebre necrópole parisiense, o cemitério do Père-Lachaise. Seu funeral foi acompanhado por uma multidão poucas vezes vista na capital francesa. Hoje, o seu túmulo é um dos mais visitados por turistas do mundo inteiro.

Primeiros Anos

Ela nasceu como Edith Giovanna Gassion[1] em Belleville, um distrito cheio de imigrantes em Paris. Uma lenda diz que ela nasceu na calçada da Rue de Belleville 72, mas sua certidão de nascimento cita o Hôpital Tenon,[2] que faz parte de Belleville.

Ela recebeu o nome de Édith em homenagem a uma enfermeira britânica da Primeira Guerra Mundial que foi executada por ajudar soldados franceses a escapar dos alemães.[3] Piaf, um nome coloquial francês para um tipo de pardal, foi um apelido dado a ela vinte anos depois.

Sua mãe, Annetta Giovanna Maillard (1895–1945), era pied-noir, mais especificamente de ascendência franco-italiana por parte de pai e cabila-berbere por parte de mãe. Ela trabalhava como cantora em um café com o pseudônimo de Line Marsa. Louis-Alphonse Gassion (1881–1944), o pai de Édith, era normando e acrobata de rua[4] com um passado no teatro. Os pais de Edith abondonaram-na cedo, e ela viveu por um curto período de tempo com sua avó materna, Emma (Aïcha) Saïd ben Mohammed (1876–1930). Sua avó não cuidava dela direito, deixando-a em uma saleta e sem tomar conta direito de sua higiene, ela ficou 18 meses com a avó até seu pai ir buscá-la. Antes de se alistar na armada francesa em 1916 para lutar na Primeira Guerra Mundial, o pai de Edith pegou-a de volta e levou-a para sua mãe cuidar, esta por sua vez trabalhava em um bordel em Bernay, na Normandia. Lá, prostitutas tomaram conta da pequena Édith.

Dos três aos sete anos, Piaf ficou supostamente cega devido a uma queratite. De acordo com uma de suas biografias, ela curou-se depois que as prostitutas da casa em que vivia levaram-na para orar no túmulo de Santa Teresa de Lisieux (conhecida popularmente como Santa Teresinha). Devido a esse episódio, Edith conservou um devoção a Santa Teresinha por toda sua vida.

Em 1922 o pai levou Edith do prostíbulo para viver em sua companhia enquanto trabalhava em pequenos circos itinerantes. Em 1929, aos 14 anos, seu pai que fazia performances acrobáticas nas ruas de toda França, época em que Édith cantou pela primeira vez em público.[5]

Com 15 anos, ela deixou seu pai e foi viver em um quarto no Grand Hôtel de Clermont (na Rua Veron, 18 de Paris) indo sozinha cantar nas ruas mais especificamente no Quartier PigalleMénilmontant e subúrbios de Paris. Ela juntou-se a uma amiga, Simone Berteaut ("Mômone")[2] no seu esforço, e as duas tornaram-se parceiras em travessuras.[5] Piaf estava com 16 anos quando se apaixonou por Louis Dupont, um entregador.[5]

Aos 17, Edith teve sua única filha, Marcelle, que morreu de meningite com 2 anos de idade em 7 de julho de 1935.[4] Como a mãe, Piaf encontrou dificuldade em cuidar da filha enquanto vivia de cantoria nas ruas, por isso frequentemente deixava Marcelle para trás, Dupont criou a criança até sua morte.[5]

O próximo namorado de Piaf era um cafetão chamado Albert que cobrava comissões do dinheiro que ela ganhava nas ruas cantando em troca de não forçá-la a se prostituir. Uma das amigas de Piaf, Nadia, suicidou-se quando encarou o fato de tornar-se prostituta, e Albert quase forçou Édith a tornar-se uma quando ela terminou o namoro em reação a morte de Nadia.[5]

Carreira

Em 1935, Piaf foi descoberta cantando na rua da área de Pigalle por Louis Leplée, dono do cabaré Le Gerny's, situado na avenida Champs Élysées, em Paris. Foi ele quem a iniciou na vida artística e a batizou de "la Môme Piaf",[1] uma expressão francesa que significa "pequeno pardal" ou "pardalzinho", pois ela tinha uma estatura baixa (1m 42 cm). Lepleé, vendo o quão nervosa Piaf ficava ao cantar, começou a ensinar-lhe como se portar no palco e disse-lhe para começar a usar um vestido preto quando se apresentasse, vestuário que mais tarde se tornou sua marca registrada como roupa de apresentação.[5] Ele também fez enorme campanha para a noite de estréia de Piaf no Le Gerny's, o que resultou na presença de várias celebridades, como o atorMaurice Chevalier.[5] e a grande vedette do music Hall, Mistinguett. Foi durante suas apresentações no Le Gerny's que Piaf conheceu o compositor Raymond Asso e a compositora Marguerite Monnot, que se tornou sua parceira e grande e fiel amiga por toda sua vida.[5] É de Marguerite composições como "Mon légionnaire""Hymne à l'amour""Milord" e "Les Amants d'un jour".

No ano seguinte (1936), Piaf assina contrato com a Polydor e lança seu primeiro disco "Les Mômes de la Cloche", que se torna sucesso imediato. Mas no dia 6 de abril desse mesmo ano, Leplée é assassinado em seu domicílio. Piaf é interrogada e acusada de cúmplice, mas acabou sendo absolvida mais tarde. Ele foi morto por bandidos que tiveram, num passado não muito distante, laços com Piaf.[6] o que gerou uma atenção negativa sobre ela por parte da mídia, ameaçando, assim, sua carreira.[5] Para reerguer sua imagem, ela retoma contato com Raymond Asso, com quem, mais tarde, ela também viria a se envolver romanticamente. Raymond passou a ser seu novo mentor e foi ele quem mudou o nome artístico dela de "La Môme Piaf" para "Édith Piaf" e encomendou a Marguerite Monnot canções que tratassem unicamente do passado de Piaf nas ruas.[5] A partir deste reencontro, Raymond começou a fazer Piaf trabalhar arduamente para se tornar uma cantora profissional de Music Hall.

Entre 1936 e 1937, Piaf se apresentou no Bobino, um music hall no bairro Montparnasse. Em março de 1937, ela estréia no music hall ABC, onde ela se torna imediatamente uma imensa vedete da canção francesa, amada pelo público e difundida pela rádio. Em 1940 estréia no teatro em uma peça de Jean Cocteau Le Bel Indifférent,[5] escrita especialmente para ela, e que a fez contracenar com seu então companheiro, o ator Paul Meurisse. Ao lado de Paul, ela estréia em um filme em 1941Montmartre-sur-Seine de Georges Lacombe.

Durante a ocupação alemã na França, Piaf continua seus shows. Muitos a consideraram uma traidora, mas seguindo a guerra, ela declarou que trabalhou a favor da resistência francesa. Na primavera de 1944, Piaf conhece o jovem cantor Yves Montand e passa a ser sua mentora[2] e amante.[6]

Em 1945, Piaf escreveu uma de suas primeiras canções: "La Vie en rose", a canção mais célebre dela e seu grande clássico. Em 1946, Montand estréia no cinema ao lado de Piaf em Étoile sans lumière. Neste ano também o romance terminaria para os dois. Piaf acaba desfazendo o relacionamento quando ele está perto de alcançar o mesmo sucesso dela.

Durante esse tempo Piaf estava fazendo muito sucesso em Paris e em toda França. Após a guerra, tornou-se famosa internacionalmente, excursionando pela EuropaEstados Unidos e América do Sul. Entretanto, de início ela se deparou com pouco sucesso entre o público norte-americano. Mas, após a publicação de brilhante matéria de proeminente crítico de Nova Iorque,[5] Piaf viu seu sucesso crescer ao ponto de sua popularidade levá-la a se apresentar oito vezes no Ed Sullivan Show e duas vezes no Carnegie Hall (1956 e 1957).

Em 1947, ela faz seus primeiros shows nos Estados Unidos. Em 1948 durante sua volta aos Estados Unidos, ela conhece o grande amor de sua vida,[1] o pugilista Marcel Cerdan. Marcel de nacionalidade francesa, mas nascido na Algéria, era casado na época e iniciou um tórrido romance com Édith Piaf. Pouco tempo depois dos dois se conhecerem, Marcel tornou-se campeão mundial de boxe. Em 28 de outubro de 1949, Marcel morreu em acidente de avião em um vôo de Paris para Nova Iorque,[7] onde a iria reencontrar. Arrasada pelo sofrimento e também pelo sofrimento de poliartrite aguda, Édith Piaf começa a se aplicar fortes doses de morfina. Seu grande sucesso "Hymne à l'amour" e "Mon Dieu", foram cantados por Édith em sua memória.

Em 1951, o jovem cantor Charles Aznavour converte-se em seu secretário, assistente, chofer e confidente. Ela ajudou a decolar sua carreira, levando-o em turnê pelos EUA e pela França e gravando algumas de suas músicas. Em setembro de 1952 casa-se com o célebre cantor francês Jacques Pills, do qual se divorcia em 1956.

Começa uma história de amor com Georges Moustaki ("Jo"), que Édith lança para a música. Ao seu lado sofreu um grave acidente automobilístico no ano de 1958, e piora seu já deteriorado estado de saúde e sua dependência em morfina. Edith grava novo sucesso, a canção "Millord", da qual Moustaki é o autor.

Em 1962, Piaf casa-se com Théo Sarapo (Theophanis Lamboukas),[5] um cabeleireiro grego que se tornou posteriormente cantor e ator, 20 anos mais novo do que ela.

Morte

Edith Piaf morreu em 10 de outubro de 1963 em Plascassier (na localidade de Grasse nos Alpes Marítimos) aos 47 anos, com a saúde abalada pelos excessos, pela morfina e todo o sofrimento de uma vida.

Ela alugara uma mansão de 25 cômodos perto da praia, onde passou dois meses de descanso com amigos e com o marido. Segundo seu acordeonista, Marc Bonel, foi um período de muitos gastos: almoços e jantares para 30 ou 40 pessoas todos os dias, regados a champagne e a uísque.

Piaf, por medida de economia, transferiu-se para uma herdade em Plascassier, apenas com a enfermeira, o acordeonista e a secretária, o empresário e o marido, que a essa altura, trabalhava num filme em Paris para "assegurar o dinheiro do casal", como dizia a própria Piaf.

Morreu em consequência de uma hemorragia interna, em coma. Como disse certa vez um documentário, "sem um grito, sem uma palavra..." O transporte de seu corpo a Paris foi feito clandestina e ilegalmente e seu falecimento foi anunciado oficialmente em 11 de outubro em Paris. Édith faleceu no mesmo dia que seu amigo Jean Cocteau. Édith foi enterrada no cemitério do Père-Lachaise, (division 97).

Grandes Amizades

Édith Piaf influenciou grande parte dos artistas de sua época. Tornou-se, principalmente, uma ponte para que estes se conhecessem; geralmente seu círculo de amizade se encontrava em sua casa. Foi na residência da cantora que grandes nomes da música francesa tiveram o primeiro contato e em diversas vezes iniciaram maravilhosas parcerias musicais, como por exemplo, Gilbert Bécaud, Jacques Pills (célebre cantor francês com quem a intérprete se casou em setembro de 1952), Jacques Plante, Louis Amade, Charles Aznavour (com quem também teve um caso amoroso), Jean Broussolle, Yves Montand, Jacques Prévert, Francis Lemarque, entre tantos outros, hoje também consagrados na história fonográfica da França e do mundo.

Segundo Marc Robine em seu livro «Il était une fois La chanson française : Des trouvères à nos jours», é na casa de Piaf que Gilbert Bécaud começa sua amizade com Charles Aznavour com quem ele escreverá diversas canções cujas algumas como Mé qué me qué ou La Ville, serão registradas por cada um deles, interpretadas e preparadas de maneira bem diferente. É ainda na casa da cantora que Bécaud reencontra Jean Broussolle – das Compagnos de La Chanson – que lhe escreverá as letras de Alors, raconte; as quais Compagnons registraram, no curso de sua longa carreira, uma gama de canções de Bécaud e Aznavour. Ainda na residência de Piaf, Charles Aznavour conhecerá Jacques Plante que virá a ser um de seus grandes colaboradores (For me…formidable, La Bohème, Les Comédiens…). Assim, pouco a pouco, o círculo de relações e de colaborações de Piaf foi se alargando ainda mais. Numa época que, imediata ao pós-guerra, via nascer toda uma nova geração de artistas, não só a cantora teve apoio incondicional de seus amigos, todos maravilhosos profissionais de música, mas também ajudou na carreira de muitos deles.

Discografia

Brasileira

  • La Vie En Rose
  • The Very Best Of Edith Piaf (1990)
  • Édith Piaf: 30 Anniversaire (2000)
  • Saprrow Of Paris (2002)
  • Tu Es Partout (2002)
  • Hymme À L'Amour (2007)
  • Platinum Collection - Digipack Edith Piaf
  • La Historia: Box Édith Piaf (2008)
  • Coleção Forever: Édith Piaf (2008)
  • L'accordéoniste (1940)
  • La Vie en Rose (1945)
  • Les trois cloches (1946)
  • Hymne à l'amour (1950)
  • Padam… Padam… (1951)
  • Sous le ciel de Paris (1954)
  • Non, je ne regrette rien (1956)
  • Les amants d'un jour (1956)
  • Mon manège a moi (Tu me fais tourner la tête) (1956)
  • Milord'(1959)
  • Jézebel(1951)
  • Johnny, tu n'es pas an ange (1953)

As grandes canções de Édith Piaf

  • L'accordéoniste (1940)
  • La Vie en Rose (1945)
  • Les trois cloches (1946)
  • Hymne à l'amour (1950)
  • Padam… Padam… (1951)
  • Sous le ciel de Paris (1954)
  • Non, je ne regrette rien (1956)
  • Les amants d'un jour (1956)
  • Mon manège a moi (Tu me fais tourner la tête) (1956)
  • Milord'(1959)
  • Jézebel(1951)
  • Johnny, tu n'es pas an ange (1953)

publicado por José A. Carvalho às 15:17
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Sábado, 2 de Outubro de 2010

Música - Jacques Brel

  

 

Jacques Romain Georges Brel ( pronúncia do nome em francês) (Schaerbeek8 de Abril de 1929 — Bobigny9 de Outubro de 1978) foi um autor de cançõescompositorcantor belga francófono. Esteve ainda ligado ao cinema de língua francesa. Tornou-se internacionalmente conhecido pela música Ne me quitte pas, intepretada e composta por ele.

Infância e juventude

Jacques Brel nasceu em 8 de Abril de 1929 no n.º 138 da avenue du Diamant em Schaerbeek, comuna de Bruxelas (Bélgica), de pai flamengo mas francófono e de mãe de sangue francêsitaliano.

Ainda que em casa se falasse o francês, os Brel eram de ascendência flamenga, com uma parte da família originária de Zandvoorde, perto de Ieper. O pai de Brel era sócio de uma cartonaria e este estaria supostamente destinado a trabalhar na empresa da família.

Citação
«Em miúdo lia pouco. Sempre preferi a rua ao apartamento. Jogar à bola, andar de bicileta.»
Jacques Brel

A seguir à escola primária, onde entrou em 1935, frequentou o Colégio Saint-Louis, a partir de 1941. Aluno pouco brilhante, é neste colégio que Brel começa a mostrar interesse pelas artes: em 1944, aos 15 anos, colabora na criação do grupo de teatro, actua em várias peças, escreve três pequenas histórias e interpreta ao piano alguns improvisos para poemas que ele próprio escreveu.

Em 1946 adere a uma organização de solidariedade católica, a Franche Cordée, de ajuda aos doentespobres, órfãos e velhos. É aqui, e não no seu ambiente familiar ou escolar, que se inicia a sua formação cultural. Entre as actividades desta organização contava-se a realização de recitais onde Brel se iniciou nas apresentações públicas, acompanhando-se a si próprio à violão. É aqui que conhece Thérèse Michielsen ("Miche") com quem se vem a casar em 1950.

Carreira dos palcos

No início dos anos 50, não se entusiasmando pelo trabalho na fábrica de cartão do pai (dizia-se "encartonado" neste trabalho), continua a escrever canções, que vai mostrando aos amigos e cantando pelos bares de Bruxelas sempre que se proporciona.

Citação
«A sanduiche que comi na carruagem de 3ª classe que me levou a Paris tinha um sabor único: estava perfumada pela aventura, a esperança, a felicidade.»
Jacques Brel

A pequena mas sólida fama na sua terra natal proporciona-lhe a gravação em 1953, do primeiro single, um 78 rpm, contendo as canções "Il y a" e "La foire". Persistente na sua ideia de fazer carreira com as suas canções, Brel deixa o emprego, a família, a sociedade burguesa de Bruxelas (que ele viria a retratar em "Les Bourgeois") e vai tentar a sorte na capital francesa[1], onde consegue ao fim de algum tempo ser ouvido pelo descobridor de talentos Jacques Canetti (irmão de Elias Canetti, o prémio Nobel da literatura de 1981). É apresentado no célebre cabaré parisiense Les Trois Baudets, do próprio Canneti, onde pouco tempo antes havia actuado em grande estilo Georges Brassens. Em 1959 é vedeta no Bobino em Paris e canta em Bruxelas no "L’Ancienne Belgique" com Charles Aznavour.

A segunda metade da década de 50 é passada num grande ritmo de espectáculos (chega a participar em 7 espectáculos numa única noite). Para além dos sucessos conseguidos no Olympia e noBobino, em Paris, vai fazendo espectáculos por todo o mundo. Em 1954 é publicado o seu primeiro álbum "Jacques Brel et ses chansons". Torna-se notado por Juliette Gréco que grava uma das suas canções, "Le diable". Este encontro é marcante no futuro da carreira de Brel pois é então que se inicia uma frutuosa colaboração com Gérard Jouannest, pianista e acompanhante da cantora, e com o também pianista e orquestrador François Rauber. Em 1955 conhece Georges Pasquier ("Jojo"), percursionista no Trio Milson e de quem se torna amigo. O seu primeiro grande sucesso ocorre em 1956 com a música "Quand on a que l’amour". Em 1957 é laureado com o grande prémio do disco da academia Charles Cros e a sua digressão faz grande sucesso pelaFrança. Em 1958 Miche, a mulher, retorna a Bruxelas. Desde então ele e a família vivem vidas separadas.

Sob a influência do seu amigo "Jojo" e dos pianistas Gérard Jouannest (que o acompanhava em palco) e François Raubert (orquestrador e pianista de estúdio), o estilo de Brel foi mudando. A música tornou-se mais complexa e os temas mais diversificados. Um apurado sentido de observação, de ironia e de humor, associado à sua capacidade poética, permitiram-lhe criar temas que abordam, das mais diferentes maneiras, várias das realidades do dia a dia. Nele encontram-se canções cómicas como Les bonbonsLe lion ou Comment tuer l’amant de sa femme, mas também canções mais emotivas como Voir un ami pleurerFils deJojo. Os temas vão desde o amor com Je t’aimeLitanies pour un retourDulcinéa, até à sociedade com Les singesLes bourgeoisJaurès, passando por preocupações espirituais como em Le bon DieuSi c’était vraiFernand.

O ritmo de espectáculos anuais continua intenso, chegando a ultrapassar 365 num único ano[2] Em 1966 anuncia que irá deixar de actuar em público como cantor. Seguem-se vários espectáculos de despedida nomeadamente em Paris (Olympia) e emBruxelas (Palais des Beaux-Arts). Apesar da insistência dos seus amigos, Brel não muda de ideias e, em 16 de Maio de 1967 dá-se a sua última actuação ao vivo em Roubaix.[3].

A carreira no teatro e no cinema

O teatro torna-se a sua primeira experiência, com a adaptação da peça "L’homme de la manche". A personagem de Dom Quixote, que desempenhava, estava bem de acordo com o seu idealismo.[4]. A peça estreia em 1968 no Theatre Royal de la Monnaie, em Bruxelas e no mesmo ano no Theatre des Champs-Elysées em Paris, tendo ultrapassado as 150 representações. Entretanto volta-se para o cinema, participando durante os cinco anos seguintes como actor em mais de uma dezena de filmes e como realizador em dois deles FranzLe Far West [5]. Após este último filme, Brel diz um novo adeus ao espectáculo, desta vez muito mais radical: deixa Paris, a França, os seus próprios afectos.

Vagueando pelo mundo

Os seus brevets aéreos e marítimos[6] abrem-lhe a porta à possibilidade de vaguear pelo mundo por ar ou por mar. Voa pela Europa qual Saint-Exupéry (mito que o acompanhava desde há muito). Em 1974, após comprar um veleiro de 19 metros decide partir com Madly Bamy que tinha conhecido na rodagem do filme L'Aventure c'est l'aventure para uma volta ao mundo de 3 anos. Em Setembro, ao aportar nos Açores, toma conhecimento do falecimento do seu grande amigo Jojo a quem vem a dedicar uma canção. Em Outubro é-lhe detectado um pequeno tumor no pulmão e no mês seguinte é efectuada a ablação do lobo pulmonar superior esquerdo. Em Dezembro, após um pequeno repouso, desloca-se ao local onde está o seu veleiro e decide prosseguir a sua viagem. Em Novembro de 1975 chega à baía de Atuona, na ilha Hiva Oa no arquipélago das Ilhas MarquesasPolinésia Francesa.

As ilhas Marquesas

Naquelas ilhas isoladas Brel não procura o isolamento mas antes o contacto com uma realidade totalmente desconhecida, e sob certos aspectos ainda não contaminada pela "civilização". Em 1976 aluga uma pequena casa em Hiva Oa, vende o veleiro e decide adquirir um pequeno avião bimotor. Ajuda a combater o isolamento das ilhas mais remotas do arquipélago, disponibilizando o seu avião para transporte de correio ou de pessoas.

Os últimos anos

Citação
«Tenho menos medo da morte do que de me tornar um velho cretino.»
Jaques Brel

Em 1977 desloca-se a Paris, onde grava discretamente em estúdio doze canções das 17 que havia escrito, e que virão a integrar o seu último álbum, esperado há mais de 10 anos, e chamado, simplesmente, "Brel"[7]. Gravado nas difíceis condições físicas e psicológicas de Brel que se podem antever, torna-se perturbador ler as últimas palavras da sua canção “Les Marquises”: "Veux-tu que je te dise / Gémir n'est pas de mise / Aux Marquises"(trad:"Se queres que te diga/Gemer não é opção/Nas Marquesas"). O disco teve um sucesso imediato: apesar de Brel ter pedido que não houvesse publicidade, mais de um milhão de exemplares estavam reservados antes da edição e setecentos mil foram adquiridos logo no primeiro dia da sua venda ao público. Alheio a esse sucesso volta à ilha pela penúltima vez. Em 1978 a saúde começa-se a degradar e retorna a Paris em Julho para novos tratamentos. Em Outubro é internado no Hospital com uma embolia pulmonar, vindo a falecer com 49 anos, às 4 e 10 da madrugada do dia 9 de Outubro de 1978 [8]. O regresso a Hiva Oa, dá-se uma última vez: Jacques Brel é sepultado no cemitério local.

Obra

Discografia

Teve contratos com as editora Philips de 1954 a 1962, altura em assinou pela Barclay um contrato que viria a ser renovado em 1971 por 33 anos (até 2004), não fosse o prematuro falecimento do cantor em 1978. Segue-se a referência à data da edição de algumas das suas canções podendo ser encontrada uma listagem exaustiva da discografia de Jacques Brel.

Em lingua francesa

  • 1953 : Primeiro single gravado em Bruxelas : La Foire / Il y a
  • 1954La haine - Grand Jacques - Il pleut - Le diable - Il nous faut regarder - C'est comme ça - Il peut pleuvoir - Le fou du roi - Sur la place - S'il te faut - La Bastille - Prière païenne - L'air de la bêtise - Qu'avons-nous fait bonnes gens ? - Pardons - Saint-Pierre - Les pieds dans le ruisseau - Quand on n'a que l'amour - J'en appelle - La bourrée du célibataire - Heureux - Les blés - Demain l'on se marie
  • 1957Quand on n'a que l'amour - Qu'avons-nous fait bonnes gens - Les pieds dans le ruisseau - Pardons - La bourrée du célibataire/L'air de la bêtise - Saint-Pierre - J'en appelle - Heureux - Les blés
  • 1958Demain l'on se marie - Au printemps - Je ne sais pas - Le colonel - Dors ma mie/La lumière jaillira - Dites, si c'était vrai - L'Homme dans la cité - Litanies pour un retour - Voici
  • 1958 : Disco para a revista Marie-ClaireJe prendrai - La nativité selon Saint-Luc
  • 1959La valse à mille temps - Seul - La dame patronnesse - Je t'aime - Ne me quitte pas/ Les Flamandes - Isabelle - La mort - La tendresse - La colombe
  • 1961Marieke - Le moribond - Vivre debout - On n'oublie rien - Clara/ Le prochain amour - L'ivrogne - Les prénoms de Paris - Les singes
  • 1962 : Olympia 1961 : Introduction - Les biches - Les bourgeois - Les Flamandes - L'ivrogne - Madeleine - Marieke - Le moribond/Ne me quitte pas - Les paumés du petit matin - Les prénoms de Paris - Quand on n'a que l'amour- Les singes - La statue - La valse à mille temps - Zangra.
  • 1962Les bourgeois - Les paumes du petit matin - La statue - L'aventure/Madeleine - Les biches - Zangra - Voir
  • 1962Les bourgeois - Les paumés du petit matin - Le plat pays - Zangra - Une île - Madeleine/Bruxelles - Chanson sans paroles - Les biches -Casse Pompon - La statue - Rosa(a primeira edição do novo contrato com a Barclay)
  • 1963Les bigotes - Les vieux - Les fenêtres - Les toros/La Fanette - Les filles et les chiens - J'aimais - La parlote
  • 1964Mathilde - Tango funèbre - Les bergers - Titine/Jef - Les bonbons - Le dernier repas - Au suivant
  • 1964 : Olympia 1964 : Amsterdam - Les vieux - Tango funèbre - Le plat pays/Les timides - Les jardins du casino - Le dernier repas - Les toros
  • 1965Ces gens-là - Jacky - L'âge idiot/Fernand - Grand-mère - Les désespéres
  • 1966Ces gens-là - Jef - Jacky - Les bergers - Le tango funèbre/Fernand, Mathilde - L'âge idiot - Grand'mère - Les désespérés
  • 1967Mon enfance - Le cheval - Mon père disait - La,la,la - Les coeurs tendres/Fils de... - Les bonbons 67 - La chanson des vieux amants - A jeun - Le gaz
  • 1968J'arrive - Vesoul - L'Ostendaise Je suis un soir d'été/Regarde bien petit - Comment tuer l'amant... - L'eclusier - Un enfant - La bière
  • 1968L'Homme de la Mancha
  • 1969L'histoire de Babar/Pierre et le Loup
  • 1977Jaurès - La ville s'endormait - Vieillir - Le Bon Dieu - Les F...-Orly/Les remparts de Varsovie - Voir un ami pleurer - Knokke-le-Zoute tango - Jojo - Le lion - Les Marquises

Em 23 de Setembro de 2003 foi publicado um conjunto de 16 CDs Boîte à Bonbons, o mais completo repositório da música de Brel e que inclui o álbum Chansons ou Versions Inédites de Jeunesse editado pela primeira vez nessa altura.


publicado por José A. Carvalho às 15:09
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